27/10/2009

Fracasso : um passo para o sucesso!

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Quando se fala em fracasso, muita gente se arrepia. Alguns até batem três vezes na madeira para espantar esse mau resultado. Atualmente, é assim que o insucesso aparece: como um verdadeiro tabu. Ninguém quer se deparar com ele, como se fosse algo terrível e vergonhoso de se assumir. Mas um dia a falha surge e é melhor se conformar com isso.

Para começo de conversa, o fracasso faz parte da realidade de todos. E já que essa certeza existe, o confronto com a falha deveria ser tranquilo. Mas não é tão simples assim. Receber a visita do fracasso, entender os motivos que o trouxeram e lidar com ele de maneira inteligente e proveitosa requer reflexão, força de vontade e uma autoestima bem estruturada.

Um dos segredos para desenvolver uma relação mais amistosa com o insucesso é reconhecer seu papel: o de não carrasco (apenas). Na busca pelo acerto, ele pode ser um intermediário importante, munido de informações preciosas. "O fracasso traz bagagem e experiência para que possamos encontrar outro meio de alcançar nosso objetivo", afirma a psicóloga Rejane Sbrissa, de São Paulo. Ou seja, as pessoas que aprendem com os erros estão muito mais aptas a acertar dali para frente.

E por falar em acertos, já percebeu como eles rapidamente são esquecidos? Em contrapartida, os erros demoram uma eternidade para saírem da memória. E a explicação é simples: a supervalorização da falha deixa as pessoas tão deprimidas que, dificilmente, conseguem dar uma pausa nas lamentações.

"Quando você falha em uma determinada circunstância, não deve generalizar e considerar que fracassou como pessoa", pondera o psicoterapeuta Antonio Carlos Amador Pereira, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Afinal, é possível fazer diferente, mudar o comportamento, o plano de ação, ir por outro caminho. E isso não significa mudar quem você é.

Por isso, na ausência do êxito, nada de baixar a cabeça e achar que é o fim da linha. Se estiver amedrontado demais para olhar ao seu redor, olhe para dentro. "Esse é o momento de juntar experiência e habilidades para re-escrever a história", opina a psicóloga Sâmara Jorge, de São Paulo. Acredite: elas ajudarão você a agir com mais consciência, revelando o seu melhor.

PARE DE SE CULPAR
Outro fator importante (que ameniza um pouco o gosto amargo do fracasso) é entender que nem tudo depende de você para dar certo. Muitas vezes, é necessária a aprovação do outro para obter o sucesso, seja na carreira ou nas relações ao longo da vida. E aí entra a incerteza. Não dá para prever a avaliação de alguém sobre o seu desempenho. O que resta é buscar sempre o aprimoramento e dar o melhor de si para cada situação. Assim, elimina-se a dolorosa ideia de que as coisas poderiam ser diferentes se houvesse mais esforço.

Atualmente, os resultados são mais valorizados do que o caminho percorrido para se chegar a eles. Levar isso muito a sério é travar uma luta incessante pelo acerto e o reconhecimento - que cedo ou tarde trazem desgaste e frustrações. "Se algo não saiu bem agora, use-o como ferramenta para evitar erros futuros", alerta Rejane. Aprenda a comparar as situações se lembrando dos resultados que obteve em outras oportunidades.

PÉ NO BREQUE
Ninguém está livre das expectativas e isso é muito bom. O problema só aparece quando se perde a noção do que é possível ou não. "Quem idealiza uma situação de plenitude e acha que pode alcançar todos os seus objetivos viverá constantemente a sensação de ter fracassado, pois essa não é uma possibilidade real", comenta Sâmara. Além de depender de outros fatores e pessoas em certas circunstâncias, há também a questão de que todos têm limitações.

Às vezes, sem querer, se perde a capacidade de reconhecer a aptidão para desenvolver uma tarefa (que foge das próprias habilidades). Então, o fracasso vem e, à sua maneira, auxilia a redimensionar até onde se pode ir. "Nesse caso, é preciso refletir para retomar o conhecimento das nossas verdadeiras qualificações" esclarece Sâmara. Assim, não há sentimento de impotência e nem a vontade de desistir, mas o processo de escolha de um novo caminho para trilhar.

Revista: Vida Natural e equilibrio




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